Como revelei em minha postagem anterior, descobri recentemente que possuo um distúrbio chamado TDAH. Ele era pouco conhecido a alguns anos atrás, porém, com a capacitação ou simples informação de diagnóstico de muitos neurologistas, professores, psicólogos e psiquiatras, hoje em dia é mais fácil saber se você tem ou não.
Ele é uma síndrome (conjunto de sintomas) caracterizada por distração, agitação / hiperatividade, impulsividade, esquecimento, desorganização, adiamento crônico, entre outras.
Pessoas com TDAH - Déficit de Atenção tem dificuldade em manter a concentração, costumam ser agitadas e tem problemas para fazer as coisas até o final. Encontrar este sintomas em crianças e adultos é comum. Porém, quando se trata do transtorno, as queixas são mais frequentes e os sintomas muito mais intensos.
Todos os especialistas ressaltam da importância do diagnóstico o mais precoce possível, porém, nem sempre foi assim tão simples diagnosticar e tratar desde problema.
Eu, por exemplo, nasci em uma cidade que além de pequena, era localizada no extremo oeste do Rio Grande do Sul, muito distante de São Paulo, onde, geralmente, as soluções surgem ou chegam primeiro. Na realidade, não só lá, mas muitas cidades do Brasil são, digamos, mais "atrasadinhas". Os profissionais, por sua vez, fazem o que podem, se especializam com os recursos e meios que conseguem e atendem a população da maneira que são capazes. O problema é achar profissionais realmente capacitados (até aqui em São Paulo) que atendam pelo SUS ou planos de saúdes mais simples.
Descobri por puro desespero, pois, estou fazendo faculdade e a dificuldade em me concentrar sempre foi clara pra mim. Depois de tanto conviver, ela ocasionou, então, em uma depressão silenciosa e estava me tomando aos poucos sem perceber. Não queria levantar da cama, dormia o dia inteiro, nada que eu começava, conseguia terminar, tarefas domésticas simples como arrumar a casa e estudar não eram tão fáceis e além de ter crescido ouvindo como eu era esquecida, preguiçosa, desinteressada e irresponsável, meu companheiro estava me martirizando ainda mais com essas adjetivos nada amigáveis.
No ápice de uma crise profunda fiz o que muitos desesperados fazem e joguei meus sintomas no pai Google: Esquecimento, falta de atenção, depressão, falta de concentração, agitação, distúrbio do sono (no meu caso, em excesso)...
Me deparei com um site da Associação Brasileira de Deficit de Atenção e fiz o teste (confesso que meia desacreditada) com o questionário para saber se realmente era esse meu problema. O diagnóstico veio ao final, eu tinha TDAH do tipo Misto/Combinado e ao ler cada sintoma descrito ali as lágrimas correram e a emoção tomou conta de mim. Liguei para minha mãe, ela precisava saber o que eu havia descoberto. Ao lembrar de tanto sofrimento que tinha e muitas vezes nem sabia o porquê, de tanta dificuldade que enfrentava e nem me entender direito, foi passando um filme na minha cabeça e comecei a entender a bagunça que ela guardava sempre.
Eu dizia para minha mãe que minha cabeça era bagunçada e ela não entendia, interrompia as pessoas, isso desagradava não só a ela, mas a mim mesma, mas era mais forte que eu esse impulso.
Hoje, após descobrir tudo isso é impossível não querer que todos que sofrem com isso e não sabem, procurem o diagnostico e tratamento, por isso, vou compartilhar com vocês o teste que fiz, é um questionário, onde, devem responder com sinceridade e se obtiver um diagnostico positivo, procure um psiquiatra ou neurologista o mais rápido possível para seu bem estar.
Parabéns pelo post, Aline. Acho que o mundo oscila entre negar esse tipo de mal e o excesso de diagnósticos. Precisamos ter equilíbrio. O TDAH é uma doença séria e precisa de tratamento. Abraços!
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